segunda-feira, 28 de julho de 2014

Quando as prioridades mudam : sobre ser mãe e trabalhar fora- ou não


Eu era muito categórica.
Nunca que eu vou querer depender de marido pra ter minhas coisas, pra ir ao salão, pra comprar roupa, sapato (...). Vai que o tempo passe e a gente se separe: eu, com idade avançada, sem experiência no mercado de trabalho, vou ficar penando pra construir uma carreira, ou vou trabalhar de qualquer coisa por falta de oportunidade, e consequentemente, qualificação.
Penso ainda assim. Mas ao mesmo tempo, minha vida está totalmente entregue nas mãos de Deus, e se caso acontecer, eu sei que ele me capacitará pra enfrentar e recomeçar qualquer coisa que seja.

Sendo assim, um desejo latente se apoderou de mim desde que eu me tornei mãe. O desejo de ficar em casa full time, cuidando, educando, cheirando, abraçando, dengando, amamentando, brincando, desenhando, pintando, bordando, cozinhando e parindo até a minha idade fértil se esgotar. Brincadeirinha. Mas falando sério, eu gostaria MUITO de poder estar com meus filhos ( sim, quero mais 3) sempre, acompanhando cada conquista, cada descoberta, rindo de cada gracinha, assistindo a cada primeira vez (não todas néah?).

Eu não quero que minha mãe, sogra, babá, ou uma auxiliar doméstica me ligue, ou me conte quando eu chegar em casa que meu bebê deu os primeiros passos, ou deu a primeira gargalhada, ou aprendeu a bater palmas. Eu quero estar junto, presente, 25 horas por dia como diz meu marido.

Não sei até que ponto isso é saudável. Digo, e quando eles crescerem, e quiserem tomar seus rumos, sair de casa, será que não vai ser pior pra mim? Será que com isso eu não vou me tornar daquelas mães chatas, grudentas que não iria suportar ver seus filhos saírem debaixo de suas asas? Logo eu que defendo a linha de que um filho é uma pessoa com suas individualidades que precisam ser respeitadas? Que precisamos deixar que eles aprendam com os erros, arquem com consequências, e acima de tudo caminhem com suas próprias pernas? Será?

Hoje eu olho pra dentro de mim, e analisando a mãe que sou, e a pessoa que sou, antes mesmo do eu-mãe, não acredito muito nisso que acabei de descrever. Mas e se? Se a dependência deles for sendo construída e eu nem perceber?Ok que nem tudo é regra. Pode ser que justamente por ter me dedicado anos à eles eu não sinta essa “perda” e tudo seja mais leve. E é nisso que eu prefiro acreditar.

Mas e a qualidade da minha relação com eles vai mesmo depender do tempo que eu passe com eles? Afinal,há mães que trabalham fora e educam, amam, dão carinho, assistência e estão mais presentes do que outras. E essas outras que estão dentro de casa, mas não param um minuto sequer pra brincar, pra fazer um carinho, pra ficar de preguicinha na cama fazendo cafuné. É tanta tarefa doméstica pra fazer, unha pra pintar, fica quieto menino que a novela começou, que esse tempo não é aproveitado.

E eu? Eu admiro muito as mães que trabalham fora, saem cedo, chegam tarde e ainda sim esquecem de si, da casa, pra poder dedicar o resto do tempo aos filhos, pra poder fazer um chameguinho que seja  antes de dormir...vocês que conseguem,vocês tem o meu amor.

2 comentários:

  1. Eu acho que a oportunidade de está em casa acompanhando o desenvolvimento da criança é importante, é gostoso, um sonho. Infelizmente serei das que acordam cedo e chegam tarde :(

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  2. É bem dificil mesmo essa coisa toda de trabalhar fora, ás vezes a criança pode sentir falta da mãe e cobrar mais tarde.
    http://toobege.blogspot.com.br/

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